“Nordeste vota em peso no PT. Depois vem pro Sul e Sudeste procurar emprego! Se liga aí Nordeste!!!”.
Essa frase foi a razão de escrevermos o post de hoje. Ela foi publicada pelo publicitário José Boralli na noite de domingo (7). Segundo o site de notícias Pragmatismo Político, o homem estava furioso com o resultado do 1º turno e decidiu culpar os nordestinos.
Boralli era diretor de negócios da agência Africa, e seus chefes são baianos. Na segunda-feira (8), a empresa emitiu um comunicado afirmando que “um funcionário da Africa postou um comentário infeliz e preconceituoso” e que a empresa “tomará as medidas cabíveis em relação a esse caso, que fere o código de conduta”. À tarde, Boralli já não compareceu aos compromissos na agência.
Você já parou para refletir sobre esse tipo de situação? Sua atitude no meio online pode ser crucial para a sua carreira profissional, e para a imagem da sua empresa! Confira reflexões importantes sobre o tema da responsabilidade social a seguir!
O que podemos aprender com esse case?
É hora de refletir sobre o posicionamento do gestor em questão. Seu discurso que culpabiliza os nordestinos foi feito sem uma significativa e específica preocupação, a responsabilidade social.
Sergio Gordilho e Nizan Guanaes (respectivamente, se trata do copresidente e sócio fundador da renomada agência em que o publicitário atuava) são nascidos na Bahia. Na nota, a agência apontou: “Nascemos da diversidade. Acreditamos nela e a defendemos, acima de tudo. Não respeitá-la seria arranhar nossa biografia e nossos RGs, na maioria nordestinos. O comentário desse funcionário não coincide com nossa crença, não está à altura da nossa história”.
Em tempos de greve e mobilizações, que tal falar sobre a ética profissional?
O comunicado encerra dizendo: “Continuaremos vigilantes em relação a qualquer atitude, seja ela de quem for ou onde for, que venha a ferir os nossos valores”.
A frase, longe de ser a verdade dos fatos, reflete um preconceito, ou seja, uma opinião concebida sem exame crítico, de forma hostil, assumida em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio.
Qual o papel de profissionais e colaboradores nas redes sociais?
As palavras ditas na nota emitida pela agência transmitem um ensinamento importante. O cuidado com o seu posicionamento também deve estar presente em um perfil pessoal. Afinal, ele funciona como uma ferramenta de marketing digital pessoal.
Atualmente, diversas empresas realizam um “background search” em perfis de redes sociais de potenciais funcionários antes de contratá-los, por exemplo. Isso acontece porque empresas conscientes e preocupadas em tomar atitudes ligadas à responsabilidade social sabem que discursos como estes, além de não contribuírem com a democracia, podem manchar o próprio nome da empresa.
Sendo assim, tenha em mente que enfrentar repercussões negativas de posicionamentos polêmicos relacionado a políticos (por exemplo, perante clientes, parceiros de negócios ou colegas de trabalho) está na esfera da democracia, da discussão de ideias e faz parte do jogo político.
Para se manter nessa linha positiva, construtiva e fazer um bom marketing pessoal, você precisa se lembrar que seu posicionamento não deve incluir ofensas ou discursos de ódio. Além de ser prejudicial para a imagem de quem os posta, eles ferem o dever de cidadania e o princípio básico de respeito ao próximo.
Qual a responsabilidade social das empresas nas redes sociais?
Quando se trata de responsabilidade social no marketing digital, é preciso falar sobre a relação das empresas com as redes sociais. Elas são ferramentas poderosas de comunicação e disseminação de informação, seja na esfera pessoal ou profissional.
Pelas redes sociais, marcas e personalidades conseguem um alcance enorme com um baixo custo. Além disso, facilitam o contato tete-a-tete, humanizando suas conversas com o público (quando comparada a outros tipos de mídias).
Entenda a importância das redes sociais para sua estratégia de marketing
Mas, nem tudo são bônus; ao contrário: muitas empresas já sentiram na pele os reveses de campanhas de marketing mal pensadas, que provocaram estragos na reputação da marca: “esqueci o ‘não’ em casa”, da Skol, “Somos todos paralímpicos”, da Vogue e o Mc Donald’s, quando um funcionário usou o Twitter oficial da empresa para xingar o presidente americano Donald Trump.
Por outro lado, outros grandes nomes foram capazes de utilizar esse grande alcance de forma positiva. Nas eleições de 2018, algumas marcas ousaram e adotaram um tom político. Foi o caso do Burguer King, na campanha contra o voto em branco.
Como realizar um marketing digital positivo?
Fica claro que atitudes inovadoras como as citadas devem ser bem pensadas, concorda? O risco é enorme e pode custar caro aos empreendedores como você. Por isso, se informar sobre a forma ideal de se posicionar é indispensável.
Para Marcus Salusse, coordenador de projetos do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV, empreendedores não devem apoiar candidatos, mas, sim, causas. Esse é um bom ponto de partida para que você busque estabelecer estratégias inovadoras. Associe seu nome, ou sua marca, a ideias e conceitos que conversem com os valores e as motivações do seu negócio. É assim que você garante que esse nome terá motivos positivos para ser lembrado.
Em concordância com esse pensamento, Marc Burbridge, consultor em negociação estratégica e professor da FGV-SP, diz que “Política não é um assunto comercial. Fuja das discussões.”. Ou seja, tenha sempre em mente que empreendimentos precisam se manter neutros e dispostos a demonstrar empatia por posicionamentos diversos. Evite então que sua marca se posicione de forma incisiva sobre questões polêmicas, e faça com que ela esteja simplesmente disposta a ouvir.
Agora que você entendeu a importância de se preocupar com a responsabilidade social no meio digital, seja em um perfil empresarial ou pessoal, não deixe de se manter atualizado. Confira esse conteúdo que te apresenta motivos para incluir a diversidade em sua estratégia!