A força de uma “boa marca”

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Você já pensou sobre o que uma marca deve expressar? Afinal, o que é uma “boa marca” e o que a torna assim, tão “boa”?

Fizemos estas perguntas a vários profissionais do mercado, de diversos segmentos e níveis hierárquicos. O objetivo era verificar se a nossa percepção acerca de comunicação e imagem empresariais coincide com a do mercado e, simultaneamente, com as “teorias” que existem acerca do tema. Sistematizamos algumas respostas:

“Logo tem que ter boa visibilidade, para ser aplicada em tamanhos grandes ou pequenos. Acho que as infos (nome, das cores, etc) devem ser de acordo com a proposta da empresa.”

“Acho que uma marca deve expressar a identidade do produto/empresa, fazer com que as pessoas que o compram/usam se enxerguem naquela marca. Um exemplo dessa ‘identificação de marca’ é a Kanechon, uma empresa de produtos de beleza. Eles tinham como logomarca uma cara de uma oriental e agora mudaram pro rosto de uma mulher qualquer; ou seja, se você olhasse a marca antes, acharia que era um produto pra orientais, concorda? Não havia tanta identificação. Uma boa logo é a que você consegue identificar. É interessante quando você se acostuma tanto com uma marca, que só de olhar a logo você a identifica. Exemplo: VALE, Nike.”

“Uma marca deve expressar o espírito do produto. Exemplo? Coca cola. Aquela ondinha passa a sensação de algo jovem, remete para mim ao mar. Uma sensação boa.”

“Uma boa marca é aquela que foge do lugar comum e que traz a idéia da empresa junto ao nome, tudo junto, na logomarca.”

 

Segundo Strunck, em seu livro “Como criar identidades visuais para marcas de sucesso”, a marca é a soma intangível dos atributos de um produto: seu nome, embalagem e preço, sua história, reputação e a maneira como ele é promovido. O objetivo de uma marca é criar benefícios emocionais que levam a sua fidelização. Levando em conta este conceito, um bom exemplo é a marca da Skol: simples, clara. A bola amarela faz referência à cerveja; o vermelho da letra estimula o “quente”.

marcas

 

Um logotipo deve expressar a idéia principal da marca, mas sem ser óbvia. Ao mesmo tempo, é preciso que seja visualmente ‘clara’, ou seja, não pode ser difícil de ler ou ver nem tampouco dar espaço para dois sentidos. A marca deve corresponder à idéia do produto/serviço, às suas características. Afinal, como afirmou uma das entrevistadas (publicitária) “o logo é o cartão de visitas da marca; se ele for ruim, ‘queima’ o produto. Um bom exemplo de logomarca é da Coca-Cola: é legível, inovadora… e nunca ‘sai de moda’. A tipografia da Coca-Cola é tão característica, que mesmo quem não sabe ler identifica as ‘ondas’ da logomarca”.

Nosso designer acrescenta: “A marca é a identidade da empresa, retrata seus princípios, valores e conceitos. Pretende-se que a marca, usada de forma ‘independente’, permaneça também como um forte elemento identificador da empresa, podendo comparecer, por exemplo, em peças de sinalização ou como ilustração em materiais publicitários, sem que sejam explicitadas todas as informações sobre a empresa”. Ele ainda acrescenta que um bom logotipo cria uma identificação com seu público (palavra usada várias vezes pelos entrevistados), chegando a um ponto de serem dispensáveis as informações complementares.

A Coca-Cola é sim um ótimo exemplo. Basta ver o formato da embalagem e já sabemos que se trata deste produto. A Nike, com seu simples símbolo, também. Outro bom exemplo é a janelinha do Windows: quem não a reconhece em qualquer lugar?

Sabemos que o mercado é cada vez mais competitivo e que a diferença de “qualidade” entre produtos e serviços de uma mesma categoria é cada vez menor. Portanto, a marca de uma organização torna-se, cada vez mais, um valioso ativo: é por meio dela que se consegue fixar a imagem da empresa e os conceitos que ela pretende transmitir para o seu público, incluindo seus diferenciais competitivos. Existem marcas que, pelo símbolo ou slogan, sabe-se qual o “foco”: preço, atendimento, qualidade do produto….

Portanto, a criação de uma marca fundamentada nos princípios da organização e nas expectativas de seu público, bem como a elaboração de identidade visual adequada, possibilitam à empresa comunicar-se criativamente e criar referências visuais com o mercado, sendo, assim, mais facilmente identificada.

E você, o que acha?