Recentemente, a Uber – uma das principais empresas vistas como exemplo de economia colaborativa atualmente – lançou uma nova iniciativa em Belo Horizonte, o Uber Juntos. Se trata de uma nova forma de solicitar viagens de carro em que o usuário divide o espaço do veículo com outras pessoas que estejam indo para uma direção em comum.
Iniciativas de economia colaborativa como esta tem sido bastante disseminadas a nível mundial. São diversos os benefícios que um empreendimento pode aproveitar apostando nessa tendência. Essa linha de pensamento atinge positivamente não só o negócio, mas a comunidade e o ambiente em que está inserido.
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Quer entender o contexto de impacto socioambiental em que surgiu essa nova tendência, e saber quais são as suas premissas? Fique atento a seguir! Você também irá conhecer exemplos de iniciativas nessa linha que existem hoje e adquirir dicas para aplicá-la no seu negócio.
Por que pensar sobre economia colaborativa?
Para introduzir e contextualizar o surgimento da economia colaborativa, vamos citar informações impactantes apresentadas no documentário The True Cost, disponível na Netflix. De acordo com a pesquisa apresentada, hoje nós compramos mais de 80 bilhões de peças de roupas por ano. O que significa 400% mais do que comprávamos há 20 anos atrás.
Um das indústrias que mais representa o consumo excessivo é indústria da moda. As marcas de fast fashion produzem roupas descartáveis a baixíssimo custo em países subdesenvolvidos. Estes, por sua vez, sofrem altos níveis de impacto social. Ou seja, salários e condições desumanas de ambiente de trabalho.
Ao mesmo tempo, a indústria e a população mundial descartam quantidades exorbitantes de resíduos e produtos. O documentário, realizado por Andrew Morgan, apresenta que um americano comum joga fora quase 38 quilos de lixo têxtil por ano. Os EUA, individualmente, chegam a descartar mais de 11 milhões de toneladas de lixo têxtil que, em sua maioria, não é biodegradável.
Além disso, o número de resíduo têxtil descartado tem aumentado disparadamente nos últimos 10 anos. E, claro, não é preciso relembrar que esse comportamento prejudica tanto as comunidades locais quanto o meio ambiente.
O que é economia colaborativa?
A economia colaborativa é um modelo alternativo de produção e consumo que nasceu em meio a esta cultura de excessos. Seu intuito é substituir o acúmulo e o consumismo extremo. Por esse motivo, pessoas e negócios que investem na colaboração se encontram intimamente conectados com a conscientização do consumo.
Com essa vontade de inovar, surge a necessidade de dividir recursos, para que um estilo de vida possa ser mantido sem a necessidade desses excessos. Sendo assim, a economia colaborativa parte do princípio da colaboração, ou seja, uma espécie de crowdsourcing.
Esse princípio já vem sendo utilizado por pessoas em seu dia a dia. Do ponto de vista dos consumidores, essa atitude está conectada com seus hábitos e seu nível de responsabilidade socioambiental. O simples fato de compartilhar peças de roupas com amigos, por exemplo, ou seguir a linha do slow fashion e comprar em brechós, é uma forma de cooperação. Mas e quanto às empresas?
A idéia é não só consumir, mas também produzir de forma sustentável, utilizando a cooperação como ferramenta principal. Do ponto de vista dos negócios, a economia colaborativa propõe que o lucro precisa deixar de ser obtido às custas de causar um impacto socioambiental negativo.
Essa reflexão sobre a necessidade de negócios não focarem cegamente em aumentar seu lucro também é tratada em The True Cost. No documentário, o especialista em economia, Richard Wolff, ressalta a importância do surgimento de alternativas que visem fugir dessa mentalidade. A economia colaborativa tem se provado uma boa saída a nível mundial.
Como ela tem sido empregada na prática?
Existem alguns exemplos de economia colaborativa que já são bastante conhecidos, e que você provavelmente já utilizou. Por exemplo, o Airbnb, que permite que pessoas aluguem ou disponibilizem uma cama, um quarto ou um imóvel por variados prazos.
Em BH, a capital mineira, existem diversas outras iniciativas além da chegada do Uber Juntos. Conheça algumas:
- Guaja: café e coworking que se torna bar e hamburgueria na hora do happy hour. Funciona como um hub criativo para profissionais e empreendedores;
- Allugator: plataforma de aluguel de produtos como videogames, câmeras, caixas de som, barracas, etc;
- Shippify: plataforma de logística de entrega para empresas que conta com bicicletas, carros, motos e vans;
- Armário Compartilhado: loja que oferece aluguel de vestidos de festa cedidos pelas próprias clientes.
- Mooca: marketplace colaborativo que realiza aceleração de negócios de pequenos produtores locais.
Como aplicar a economia colaborativa no meu negócio?
A economia colaborativa não se configura apenas como um nicho ou uma pequena tendência. De acordo com profissional da área de Marketing,Tx Zhuo, ela é o futuro, e pode chegar a alcançar o valor de 335 bilhões de dólares em 2025.
Confira a seguir algumas dicas dadas por ele em seu artigo para a Entrepreneur para se alinhar a esse modelo.
- Possua menos funcionários permanentes e busque parceiros para realizar as atividades não essenciais;
- faça parcerias com serviços que possam complementar o que você oferece;
- invista em uma relação positiva e na criação de confiança tanto com os seus clientes quanto com seus parceiros para garantir valor a longo prazo;
- invista em ferramentas, nas competências e na autonomia de seus colaboradores para provocar satisfação e aumentar a qualidade do que você oferece.
Com essa leitura, você conhece agora um dos modelos econômicos mais promissores para o futuro. Além disso pôde absorver insights, exemplos e dicas práticas para entender, refletir e colocar em ação atitudes que levem esse conhecimento em conta.
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